segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A arte de semear

a arte de semear é semelhante a de educar

Relatar sobre a experiência vivida num curso de formação continuada é um desafio e tanto. Por isso, durante algum tempo fiquei refletindo de como começar essa tarefa tão sublime.  Nesse mesmo instante me veio à mente a Parábola do semeador (Mt 13,1-9), que relata que muitas sementes foram semeadas, algumas caíram a beira do caminho vieram as aves e as comeram, outras caíram em solo rochoso onde também não vingou devido a falta de raízes profundas, outras cresceram entre os espinhos os quais a sufocaram impedindo seu crescimento. Contudo, algumas caíram em boa terra e deram fruto de encher a vista com a colheita que se anunciara.  Aqui aprendo que sou uma educadora, como tantas outras, que saíram a semear, porém em alguns momentos não havia aprendido sobre o que é importante cuidar quando se está a plantar e por isso, durante a labuta árdua tive várias frustrações, desilusões, angústias, pensei em desistir, afinal já bastava a dureza da tarefa de semear e, além disso, ter de enfrentar solos tão inférteis que são capazes de destruir até mesmo as boas sementes. No entanto, não desisti tive que ser forte, pensei que se aprendesse um pouco mais sobre minha tarefa também chegasse a compreender outros mistérios e caminhos, então resolvi continuar a buscar aquilo que ainda me faltava. Nestes momentos de aprofundamento no meu eu, entendi que para exercer uma tarefa, por mais simples que fosse, precisava compreender a arte do fazer, não simplesmente chegar ao destino final, mas aprender que o melhor de uma viagem é o caminho que se pode trilhar, e quando chegar ao destino, poder contar as proezas vividas enquanto ainda estava indo.
Portanto, posso nessa viagem pelos encontros do PNAIC, ressaltar que o desenvolvimento do aluno depende da forma de trabalho do professor, ou seja, depende de como ele está preparando o solo para receber a semente. Pois a arte de educar é semelhante a de semear, é algo que requer muito trabalho, cuidado, persistência, esperança e sabedoria, a qual não devo descuidar nunca.
Nesse mesmo arado, tenho que alertar que os instrumentos para o trabalho também é de extrema relevância, visto que, o que se é utilizado poderá auxiliar ou interromper um processo grandioso que é o germinar, florescer e frutificar. Portanto, os materiais, os recursos didáticos e sua utilização foram e são de grande valia para o ensino aprendizagem de todos, favoreceram o meu trabalho como docente e tornou o aprendizado do aluno mais prazeroso e eficaz.
Diante desse fato ressalto que a formação me inseriu num ambiente bem amplo e promissor que promoveu uma mudança didática/ pedagógica que resultaram na construção e reconstrução da prática de alfabetização matemática, unindo a coerência teórica juntamente com a coerência prática cotidiana. Salientando que muitas adaptações foram incluídas e feitas, pois todos os dias sou levada a tomar decisões, escolher teorias, fazer reflexões e juntamente com meus valores, sou obrigada a tomar posições que frequentemente traçam novos caminhos a serem trilhados e seguidos.
Sendo assim, sigo o meu plantio com a ressignificação da  minha prática, pedagógica e pessoal, agora com uma bagagem mais ampla e com uma máquina semeadora, que precisa ser inspecionada e atualizada constantemente. Afinal, sempre recebi boas sementes, mas muitas vezes não tive condições de tratá-las com o devido cuidado que mereciam: algumas acabei abandonando pelo caminho, outras pareciam vigorosas e vistosas, mas não as alimentei.
Quantas vezes fiquei enfadada e quase desisti, pelos murmúrios que ouvia: o problema está na semente, não vale a pena tentar, são irrecuperáveis, é de família. Mas minha persistência não foi em vão, aprendi que é preciso investir e compreendi que cada pequenino e pequenina vale a pena, porém é preciso conhecer a semente e também a arte de tratá-la. 

Por esses motivos e vários outros, posso concluir que preciso estar em constante inspeção e aprimoramento da prática e da mentalidade, pois com o passar do tempo, tudo se modifica, tudo se transforma e corre o risco de ficar obsoleto Todavia, o amor, a esperança, a alegria e o prazer ministerial (educar é um ministério), não ficam ultrapassados, velhos ou arcaicos. Então me seguro e me refugio na esperança de que tudo vale e valerá a pena, e num futuro não muito distante colherei o fruto do meu trabalho. 

Lagrimar Amorim. 

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ninguém é igual a ninguém.

O que é uma pessoa diferente? O que significa ser diferente nos dias de hoje?

Ser diferente é ir na contra mão dos sistemas pré-estabecidos, é andar em direção contrária aos costumes impostos pela sociedade, é ser diferente das pessoas ditas "iguais". Na verdade a diferença está no olhar de cada indivíduo, de cada sociedade e de cada cultura.

Vivemos numa sociedade onde a pessoa é vista como diferente, não somente pela sua posição social,raça, cor, portadora de deficiência, mas pelo simples fato de ter ponto de vista diferente e querer se afirmar como pessoa que pensa, que sente, que luta e transforma a realidade em que vive.

Como falei no início, ser diferente também é um processo cultural, e estamos perante uma cultura de globalização, que simultaneamente se pretende integradora/inclusiva de todos os indivíduos. É nesse sentido de incluir, integrar e socializar que as diferenças são importantes, pois são elas que promovem a troca de informação, a aceitação do outro, e por fim o crescimento do ser individual e automaticamente social.

As diferenças sempre irão existir, quer queira quer não, pois enquanto existir duas coisas, haverá sempre comparações.